BEM ME QUER, MAL ME
QUER
Tudo vai bem nesta linda manhã de
domingo pelos arredores do porto da minha cidade. Outono, sol, um mate amargo,
palavras, frases, poemas, saudades, certezas, garra, foco, luta, coragem.
Eis que o telefone toca e do
outro lado, raiva, mentira, posse, medo, desespero, ameaça, grito, perda,
ciúme, covardia, veneno e anonimato. Antagônicos sentimentos na manhã de
domingo. Do lado de cá o sol, do lado de lá, a treva. Cada um luta com as armas
que tem. Sigo cantando, amando, acreditando, escrevendo, vivendo, revelando,
sendo eu mesma, sem nenhuma máscara. E mais uma vez, teu esforço em me fazer
voltar atrás, foi totalmente em vão.
Minhas janelas continuam abertas, arejando
meus sentimentos. A brisa que sopra arrefece meus temores. Meu querer não aprisiona.
Minha voz não berra. Minha mão não agride. Minhas mãos acariciam a alma e escancaram
as portas.
A leveza é o que nos garante a vontade de ir e
vir. E a confiança é a ponte entremeada que sustenta a plenitude do nosso
querer. O ontem e o amanhã não me interessam.
Estamos juntos e vivemos o agora. E assim somos inteiros, em cada
instante que a vida nos concede. Quer queira, quer não. Bem me quer, mal me quer. Ahhh...uma coisa,
bem me quer, com certeza.
Ana Mascarenhas – 17/04/2012