domingo, 16 de dezembro de 2012

CUMPLICIDADE
Hoje não quero ouvir nada
Nem dizer nada
Não quero copos
Nem rendas
Nem poemas
Nem navalhas
Hoje não quero flores
Nem palavras
Hoje eu só quero
O porto
Infinito
Do mar
Do teu abraço

Ana Mascarenhas – 16/12/2012

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


ESPERANÇA NO DESERTO

No meio de um tempo sem tempo
Uma vastidão de anseios me invade
 Ando no encalço daquilo que sou
Diante da leveza esmaecida
Pulsa uma esperança
Ainda assim
Sinto meu coração apertado
Ando pela casa
Uma inquietude me ronda
Sirvo uma bebida
Fumo um cigarro
Escrevo mais uma frase
Pela janela vejo a dança solitária da noite
A porta ainda está aberta
Mas não quero sair
Quero apenas acomodar as palavras
Acender as velas
E voltar em paz
Pras miragens
Do meu deserto

Ana Mascarenhas – 14/12/2012